sexta-feira, 4 de junho de 2010

Ele nem sequer sonhava ou tinha planos; era como um mito de ser humano voltado para lua esperando a lógica entrar em concordância com o destino para ser feliz. Ouvia vozes ao longo do percurso e mergulhava na solidão do seu Eu materno, com um certo temor escorrendo por suas veias. De longe avistava um mundo concreto, e de perto, bom, de perto não compreendia o que estava ao seu redor. Era uma mistura de loucura e abandono, onde seu mundo se tornava mais bonito e sufocado diante daquele coração que confunde.
Talvez acreditar em fadas e finais felizes fossem apenas ilusões aos olhos nus, criadas para despersar expectativas frustadas. Pois dizia que seguir o vento contrário da noção, não o faria compreender a insanidade do brilho eterno que quase nunca, ou nunca existiu.
Ao dar boas-vindas à morte, deu-se conta, que ser tão singular quanto ao plural que existia nele não era tão importante quanto ser reconhecido pelo impacto do adeus.

(Myrella Ruas)

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